quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Se não fosse o narizinho...



Não me venham com mentiras; com essas distorções da realidade que engendram para confortar; não são necessárias. Lágrimas já a deformam por demais. Dela, às vezes, até formam duplicata.

Não me venham com falsos risos; risos desmedidos e tão brancos como a neve, mas tão gelados quanto. Risos que escondem preocupação e medo. É normal temer o árduo.

Não congelem meus sentidos. Deixem intactos, ao menos, o olfato e a visão, que tantas lembranças trazem à superfície desse meu náufrago pensamento.

Mas destruam a audição; eliminem; silenciem. Não quero ouvir boatos e falsas projeções. Até mesmo a verdade cética não se faz bem-vinda. Quero ter a esperança da mais pura criança; acreditar no improvável e me valer das incríveis exceções da vida.

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Tudo isso porque és parte de mim. Amo-te da forma mais clichê. Amo-te, pois és paradoxal: forte e impenetrável como uma rocha e, ao mesmo tempo, simples e delicada como uma flor.

Por isso, digo com toda a certeza da minha alma: ficarás bem! Todos ficaremos!